Como é o comportamento de uma pessoa ansiosa?
Vivemos num mundo completamente estressante. É normal que por motivos corriqueiros, como uma reunião muito importante ou uma viagem especial em família, a gente apresente o comportamento de uma pessoa ansiosa.
O problema passa a ser quando essa ansiedade bate à sua porta todos os dias, em situações não excepcionais como as que dissemos acima, mas sim, em coisas cotidianas, como sair de casa, atender a um telefonema, entre outros.
No artigo de hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre a ansiedade, seus sintomas e como se sente uma pessoa que está em crise de ansiedade. Fique com a gente e tenha uma ótima leitura!
O que é ansiedade?
Podemos classificar como ansiedade um estado onde se prevalece a angústia e a incerteza, que são caracterizados em especial pelos sentimentos de insegurança e medo. Como falamos acima, é bastante comum você se sentir assim quando vai fazer uma entrevista de emprego, por exemplo.
Situações excepcionais que podem mudar o rumo das coisas.
Quando sentimos ansiedade em níveis controlados, passamos a ter motivação profissional e pessoal. O problema é quando esses níveis fogem da normalidade e ao invés de impulsionar a pessoa para frente, acaba fazendo com que ela fique inquieta, perturbada e paralisada.
A pessoa pode, simplesmente, sentir ansiedade sem nenhuma razão ou circunstância que justifique, a ponto de incomodar tanto que ela passa a evitar situações (como, por exemplo, sair de casa).
De modo geral, a ansiedade é caracterizada por um transtorno que afeta não somente o psíquico (a mente) como também o somático (o corpo), já que em alguns casos, há a presença de sintomas físicos.
Esse distúrbio está relacionado a nossas experiências de vida, bem como ao pleno funcionamento do nosso organismo.
Sintomas mais comuns no comportamento de uma pessoa ansiosa
Não existe uma regra clara para os sintomas da ansiedade, sendo que cada pessoa pode manifestá-los a sua maneira. Contudo, nota-se uma grande tendência a:
1- Excesso de preocupação: uma preocupação muito maior e mais intensa do que realmente se faz necessário.
2- Passar a ver perigo em tudo: desde atender a um telefone até sair de casa. Tudo passa a ser gatilho para a pessoa que está em crise ansiosa.
3- Ter um apetite desregulado: comer demais alimentos que a deixem confortável é uma fuga do ansioso. Muitas vezes, comer sem sentir fome alguma.
4- Perceber alterações de sono: dificuldade ao dormir e insônia são as queixas mais comuns de pacientes que sofrem com a ansiedade.
5- Tensão muscular rígida: estar constantemente em alerta faz com que os músculos passem a ser sobrecarregados, em especial, os da cervical.
6- Sentir que está sempre beirando um ataque de nervos: mudança de humor repentinas, sair de um estado de euforia para um ataque de pânico é perfeitamente possível aqui.
7- Começar a ter medos irracionais: medos que não se justificam e beiram ao absurdo e que só fazem sentido para a pessoa que está sentindo.
8- Inquietação constante (não conseguir parar quieta): não conseguir focar, andar de um lado pro outro, ficar roendo unhas, entre outros.
9- Sintomas físicos como alergias, queda capilar, roer unhas…
10- Perfeccionismo: sentir que pode falhar e ter medo da rejeição faz com que o ansioso busque um alto padrão de perfeccionismo, muitas vezes, inalcançável.
Vale a pena ressaltar que podem estar na lista outros sintomas. Como dissemos, não existe uma regra específica e cada indivíduo pode manifestar a sua maneira.
Para tanto, observando a presença de um ou mais sintomas agrupados dos que dissemos acima, vale a pena procurar uma ajuda profissional para uma avaliação e tratamento adequados.
Como se sente uma pessoa ansiosa?
Você, em algum momento de sua vida já teve uma crise de ansiedade, seja pelo motivo que for. Agora, imagine viver com isso 24h por dia sem nem conseguir entender o porquê você está desse jeito? É assim que uma pessoa com ansiedade vive.
Geralmente, são pessoas que tendem a expressar seus sentimentos de modo excessivo com o futuro. Sentem-se desconfortáveis com quase tudo o que as rodeia e em todos os cenários possíveis e imagináveis, ela já considerou e sempre encontrou a pior experiência.
O medo é um sentimento que se faz presente em quem está habituado à ansiedade.
E, o mais dolorido, é que o medo é quase sempre irracional. Ele não existe na cabeça da maioria das pessoas, mas na mente do ansioso ele é tão real que você poderia tocá-lo. Como se não bastasse esse sentimento de medo constante, outros sentimentos também entram na mistura, como o perfeccionismo.
É muito comum que a pessoa ansiosa seja perfeccionista e isso acaba atrapalhando as suas conquistas, porque está sempre esperando alcançar um nível de perfeição que não existe.
Assim, podemos observar que a procrastinação é outro sintoma e sentimento real de quem convive com a ansiedade diariamente.
Ela vive deixando pra depois as situações para serem resolvidas- e se cobra por isso. Não gosta de deixar para o amanhã as coisas, mas não sabe como focar no hoje, porque simplesmente não aprendeu a viver o hoje. Logo, essa conta toda chega na hora de dormir…
E, quando você acha que vai descansar, a sua mente te engana outra vez e os pensamentos começam a fazer parte de você.
E você começa a sentir culpa por não ter conseguido iniciar aquele projeto ou ter respondido aquele cliente e começa a desencadear uma série de eventos que podem acontecer devido a essa falta de atitude. A insônia pode ser uma companhia traiçoeira do ansioso.
Comumente, são pessoas que se sentem cansadas quase sempre. Estafa mental também pode ser uma consequência dessa mente que não desliga, bem como crises fortes de enxaqueca causadas por fundo emocional.
Buscar ajuda profissional qualificada é a melhor forma de sair desse ciclo e conseguir controlar os gatilhos que são acionados, proporcionando assim, melhor controle e qualidade de vida.
Aspectos cognitivos da Ansiedade
Normalmente, a ansiedade é acompanhada por pensamentos que acabam passando ao nosso corpo as sensações de PERIGO, AMEAÇA E VULNERABILIDADE. Os pennsamentos estão, em sua maioria, relacionados ao futuro e acabam prevendo um resultado catastrófico e negativo.
Por exemplo, você tem medo de dirigir e sempre que pega o carro acaba se imaginando batendo o carro ou atropelando alguém. Para você, essa possibilidade é real e é como se você sentisse toda essa carga emocional toda vez que for pensar em dirigir o carro.
Assim, a pessoa ansiosa passa a pensar duas, três vezes antes de realizar qualquer projeto ou decisão. Dessa forma, sem perceber, você acaba congelando diante da situação. E, depois, acaba se culpando em não ter agido e entra numa espécie de autopunição.
O tratamento adequado da ansiedade irá auxiliar você a enfrentar e buscar soluções aos problemas ao invés de paralizar diante deles. Assim, reconhecendo os seus gatilhos, você terá mais controle sobre eles.
Como ajudar alguém com ansiedade?
Agora que você entende o que é e o que sente uma pessoa ansiosa, que tal descobrir formas de ajudá-la num momento de crise? Vem com a gente!
Deixe o otimismo para depois
Por mais que seja uma boa intenção, durante uma crise de ansiedade, ninguém conseguirá escutar frases como “não fique assim”, “vai ficar tudo bem”, “vai dar tudo certo”. Isso fará com que ela não se sinta acolhida e pense que não está sendo levada a sério.
Ao invés disso, tente acolhê-la amorosamente e permaneça ali até que ela se acalme. Para ajudá-la, respire com ela vagarosamente.
Não “dê trancos”
Não adianta nada dar tranco como se isso fosse trazer a pessoa de volta à realidade. Na verdade, isso pode aumentar ainda mais a crise e tirá-la do controle. Nesse caso, busque apenas acolher a pessoa em crise e mostre que está presente ali com ela.
Dizer frases como “você precisa enfrentar isso” pode ser interpretado como reforço negativo e então, a pessoa passa a se sentir ainda mais impotente e fraca.
Demonstre preocupação verdadeira
Uma crise de ansiedade tende a demorar apenas 25 minutos. É um momento que a pessoa não consegue raciocinar. Ao invés de tentar racionalizar os efeitos, esteja ao lado dela para garantir que ela não esteja sozinha. Um diálogo afetuoso pode funcionar.
Outra boa ideia é tentar desfocar a atenção da pessoa para o gatilho da crise. Reforce seus pensamentos com lembranças boas e sinta se ela se sente à vontade com isso ou se está interpretando que você simplesmente não se importa. Se você sentir que está sendo mal interpretado, pare de tentar distraí-la.
Através de pequenas ações, conseguimos contribuir para a melhora clínica. Por fim, sempre incentive a pessoa a buscar ajuda profissional capacitada para reconhecer os gatilhos e encontrar estratégias eficazes de contenção.