Como é realizada a liberação miofascial?
Você já ouviu falar em liberação miofascial? Trata-se de uma terapia aplicada para prevenir lesões e aliviar dores musculares, que pode ser feita com aparelhos específicos ou somente com as mãos.
O profissional pressiona pontos específicos do corpo para liberar o tecido fibroso que reveste os músculos. Este tecido, chamado de fáscia, é constituído de elastina e colágeno e, por ter essa composição, facilita o deslizamento dos músculos entre si.
A dor e lesão muscular frequentemente são consequências de uma sobrecarga ou disfunção na camada miofascial do corpo, o que faz com que o tecido que o reveste fique rígido e aderido aos músculos, dificultando o deslizamento entre o grupo muscular e a fáscia.
A formação de nódulos miofasciais pode derivar de diversos fatores, como estresse, problemas emocionais, dor de cabeça, postura inadequada, treinos intensos e entre outros. Nesses casos, a massagem feita durante a liberação miofascial permite que a textura da fáscia se altere e seja retomada a elasticidade e força dos músculos.
Os benefícios da liberação miofascial
Entre os principais benefícios da liberação miofascial estão:
- Alívio de dores crônicas;
- Maior mobilidade das articulações;
- Melhora de disposição;
- Alivia a tensão do corpo;
- Aumenta o rendimento e agilidade em séries de exercícios intensos;
- Promove o relaxamento muscular;
- Melhora a respiração e circulação.
Para quem a liberação miofascial é indicada
O corpo humano é formado por cerca de 60% de massa muscular. Esses músculos ficam contraídos para responder de forma rápida os gestos e movimentos. Quando essa contração é involuntária ou ocorre com muita força, é criado um ponto de tensão.
A depender do caso, essa tensão pode se transformar em nódulos, chamados de “pontos gatilho” (trigger points). Esses nódulos podem ser latentes, que não causam dor, ou ativos, que doem ao ser pressionado com o dedo ou ainda irradiam a dor para outra região do corpo.
A terapia de liberação miofascial é indicada para quem possui desconfortos constantes, dor crônica e tensão muscular. Isso porque, trabalha para recuperar o músculo lesionado e recuperar a força, flexibilidade e coordenação perdida.
Para quem sofre com dores de cabeça constantes, é possível investigar se esse desconforto não está sendo causada por um ponto de gatilho na região cervical;
Em caso de dor muscular crônica, a liberação miofascial libera a tensão e melhora a capacidade de movimentação da área afetada.
A liberação miofascial também pode ser usada para aliviar os sintomas da má circulação, já que melhora a oxigenação do sangue, ativa a circulação e, consequentemente, aumenta a disposição para a prática de atividades físicas.
A mobilidade comprometida, seja por torcicolo, dificuldade de caminhar ou de movimentar os braços, também pode ser causada por “pontos gatilhos”, que são desfeitos pela liberação.
Pessoas que possuem uma rotina que exige ficar muito tempo sentado ou em pé frequentemente precisam de realinhamento postural e a liberação miofascial alivia a tensão sobre a coluna, melhorando a postura e até mesmo a respiração, promovendo, assim, o bem-estar como um todo.
A técnica pode ser aplicada antes ou depois de um treino. Em atletas, quando procedida antes de uma atividade proporciona aumento da mobilidade da articulação, diminui a tensão e sobrecarga dos músculos e também prepara a musculatura que será exigida durante a prática.
Após a atividade, a técnica promove o relaxamento muscular, diminui a tensão e também previne que lesões sejam agravadas, contribuindo fortemente para o bem-estar do atleta.
Como é feita a liberação miofascial
Em primeiro lugar, é essencial que a técnica seja executada por um profissional habilitado que irá fazer pressão no local tensionado usando os procedimentos necessários.
A intensidade varia de acordo com o problema apresentado. Por isso, só um profissional poderá definir como o tratamento será aplicado para retomar o bem-estar do paciente.
A técnica pode ser feita somente com as mãos ou ainda com aparelhos específicos para essa liberação, como tecidos , rolos e até mesmo bolas de tênis.
Para realizar a liberação miofascial, o profissional geralmente segue os passos abaixo:
- Identificação das áreas tensionadas: o profissional identifica as áreas do corpo onde há tensão muscular e fáscia endurecida, o pode ser feito através da palpação manual;
- Posicionamento o corpo: o paciente deve se posicionar de forma confortável para receber o tratamento. É possível realizar a liberação sentado, deitado ou em pé. A posicaço costuma depender da área do tratada;
- Escolha da técnica de liberação miofascial: há diversas técnicas de liberação miofascial que podem ser utilizadas, como a passiva, ativa e a instrumentada. Cada uma dessas técnicas tem suas particularidades e devem ser escolhidas de acordo com a necessidade do paciente;
- Realizar a técnica escolhida: a técnica escolhida pode envolver a aplicação de pressão manual ou com o auxílio de objetos como bolas, rolos e bastões. O foco é trabalhar as áreas tensas com pressão suficiente para liberar a tensão acumulada;
- Respiração: durante o processo, é importante manter uma respiração lenta e profunda, pois ajuda a relaxar o corpo e a promover a liberação da tensão;
- Repetir o processo: dependendo da área do corpo a ser tratada e da intensidade da tensão, pode ser necessário repetir a liberação miofascial várias vezes para obter melhores resultados;
- Finalização: ao finalizar o tratamento, é recomendado fazer alguns alongamentos suaves na área tratada para evitar o reacumulamento da tensão. Também é importante beber bastante água para ajudar o corpo a se recuperar do tratamento.
Contraindicações da técnica
A técnica não é indicada para quem possui hipersensibilidade à dor, problemas circulatórios e faz uso de medicamentos anticoagulantes. Na gravidez, a liberação também não é indicada.
Portanto, é essencial consultar um profissional que vai avaliar seu histórico de saúde e definir se a liberação miofascial é indicada para seu quadro.
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